Prey-capture efficiency between juveniles and adults, feeding habitat and abundance of Wattled Jacana foragers in northern Pantanal, Mato Grosso state, Brazil
Forti, LRNóbrega, PFA
A escolha de uma estratégia de forrageamento implica em uma tentativa de maximizar o ganho energético por predadores. Supostamente, a diferença em empregar o comportamento "senta e espera" ou o "forrageamento ativo" jaz sobre a habilidade de caça, a experiência e o tipo de presa consumida. A partir da hipótese de que o "forrageamento ativo" não demanda aprendizado, neste trabalho é comparada a eficiência de captura de presas entre jovens e adultos de Jaçanãs forrageadores, além de serem apresentadas informações descritivas sobre o habitat de alimentação e a variação na abundância de forrageadores ao longo do dia no Pantanal Norte. Os itens consumidos foram contabilizados para estimativas da eficiência de captura de presas, a qual não diferiu significativamente entre as classes etárias analisadas; corroborou-se, dessa forma, a hipótese inicial de que o "forrageamento ativo" é um comportamento instintivo e não demanda experiência para ter eficiência. No entanto, ainda é necessária pesquisa mais detalhada, comparando-se qualitativamente a dieta de jovens e adultos, com a intenção de testar se a experiência de adultos implica no consumo de presas com mais energia disponível. Os indivíduos forragearam, em média, a 14 m (amplitude de 2 a 42 m) de distância da margem dos brejos e lagoas amostradas; porém, 64% dos indivíduos avistados forrageavam em distâncias mais próximas da margem. A profundidade média dos locais de forrageio foi de 17 cm, com amplitude variando de 5 a 40 cm, não havendo preferência dos forrageadores por classes de profundidade específicas (p > 0,05). Apesar do padrão esperado para aves, segundo o qual a maior atividade ocorre nos momentos iniciais da manhã, o maior número de indivíduos forrageando foi observado entre 11:00 e 12:00 horas; porém, não houve diferença significativa na abundância de indivíduos forrageadores entre diferentes períodos do dia. Outros fatores, não analisados, tais como a disponibilidade alimentar e a presença de competidores e predadores, precisam ser estudados para se revelarem os principais determinantes da distribuição espacial e temporal dos Jaçanãs no Pantanal.
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