Alometria de espécies lenhosas de cerrado dois anos após um incêndio
Dodonov, PLucena, I. CLeite, M. BSilva Matos, D. M
Estudos de alometria são importantes para interpretar o efeito de fogo e da herbivoria, para estimar biomassa em florestas, entre outros. Há diversos estudos em florestas temperadas e tropicais, mostrando que as plantas desses ecossistemas frequentemente ajustam-se ao modelo de similaridade elástica; mas quase não há estudos realizados no cerrado. Estudamos a alometria de Dalbergia miscolobium, Diospyros hispida, Erythroxylum suberosum, Miconia albicans, M. ligustroides, Schefflera vinosa e Xylopia aromatica em um fragmento de cerrado sensu stricto, afetado de maneira heterogênea por um incêndio em agosto de 2006. Esperávamos que as espécies não se ajustassem a quaisquer dos modelos considerados comuns para espécies florestais ("estresse constante", "similaridade elástica" e "crescimento geométrico"), e que haveria diferenças significativas entre manchas atingidas pelo fogo e as não atingidas. Amostramos duas espécies em 60 parcelas contíguas de 5 × 5 m dispostas em três transectos e cinco espécies em 100 parcelas contíguas de 5 × 5 m dispostas em cinco transectos, dentro das quais medimos o diâmetro à altura do solo (DAS) e a altura de todos os caules. Usamos regressões do tipo eixo principal reduzido sobre logaritmos dos dados. A inclinação da regressão foi maior do que 1,0 (p < 0,05) para quatro espécies, mostrando uma altura maior do que seria esperada sob crescimento geométrico. Esse padrão não é previsto por modelos teóricos. Encontramos diferenças significativas (p < 0,05) nos coeficientes de inclinação e/ou de correlação entre parcelas queimadas e não queimadas para cinco espécies; generalizamos que o fogo pode influenciar a alometria de plantas do cerrado, sendo que essa resposta pode variar entre espécies.(AU)
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