Records on floral biology and visitors of Jacquemontia montana (Moric.) Meisn. (Convolvulaceae) in Mucugê, Bahia
Silva, FO.Kevan, SD.Roque, N.Viana, BF.Kevan, PG.
Apresentamos os primeiros registros sobre a biologia da polinização de Jacquemontia montana (Moric.) Meisn. (Convolvulaceae), uma trepadeira com ampla distribuição na Chapada Diamantina, Bahia. Os objetivos deste estudo foram: (1) caracterizar a morfologia e biologia floral; (2) amostrar os visitantes; e (3) inferir os possíveis polinizadores, baseando-se no comportamento de forrageio. Observações e amostragens foram conduzidas em duas manchas das 8:00 às 15:30 horas, nos dias 15 e 16 de maio de 2007. A corola é amarela, tem forma de disco, pentâmera, gamopétala, actinomorfa. A corola exposta tem largura média de 22,43 ± 1,81 mm. A receptividade estigmática ocorre das 8:00 às 15:30 horas e a viabilidade polínica das 9:00 às 15:30 horas, se sobrepondo fortemente. O pólen, porém, apresentou forte declínio em número, devido à retirada pelos visitantes, mas não em viabilidade durante a antese. Insetos nectarívoros (Coleoptera, Diptera, Hymenoptera) e herbívoros (Orthoptera) visitaram as flores. Hymenoptera incluiu representantes das famílias Formicidae (formigas) e Halictidae (Dialictus spp.). Machos e fêmeas de Dialictus spp. foram os visitantes mais frequentes. O comportamento e duração das visitas dessas abelhas variaram conforme o recurso coletado (i.e., pólen ou néctar). As espécies de Dialictus foram os polinizadores potenciais de J. montana, considerando sua frequência, contato com órgãos reprodutivos, e pelo fato de carregar apenas pólen de J. montana na superfície ventral do tórax, abdome e pernas. Embora não tenha sido quantificado, o néctar deve estar disponível até o final da tarde, considerando o comportamento das abelhas nas flores nesse período. A relação pólen:óvulo, no valor de 1.200:4, sugere a ocorrência de xenogamia facultativa.
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