Oviposition behaviour of Gryon gallardoi (Hym.; Scelionidae) on eggs of Spartocera dentiventris (Hem.; Coreidae)
M. Wiedemann, L.R. Canto-Silva, C.P. Romanowski, H.R. Redaelli, L.
O presente estudo teve por objetivo investigar, em laboratório, o comportamento de oviposição de Gryon gallardoi (Hymenoptera; Scelionidae) em grupos de ovos de Spartocera dentiventris (Hemiptera; Coreidae). Dez fêmeas, de 2 a 5 dias de idade, fecundadas e com experiência de oviposição, foram expostas a grupos de 12 ovos, não parasitados, com idade de até 24 horas, e observadas durante 2 horas em estereomicroscópio. Posteriormente, os ovos foram mantidos individualizados em estufa a 25º ± 1ºC, com fotofase de 12 h até o seu destino final. O número médio de ovos parasitados por grupo foi de 7,8 ± 0,81 ovos (IMG01 ± EP). Registraram-se cinco comportamentos distintos: tamborilamento dos ovos com as antenas, inserção do ovipositor, marcação dos ovos, caminhada e descanso. Em média, por fêmea, 4,3 ± 0,76 vezes o comportamento de inserção do ovipositor não foi seguido de marcação. A quase totalidade desses casos resultou no insucesso do parasitoidismo. A caminhada e o descanso foram observados em menor freqüência (1,6 ± 0,56 e 2,1 ± 0,48 vezes/fêmea, respectivamente). O superparasitismo ocorreu em média 3,6 ± 0,88 vezes por grupo de ovos, sendo superparasitados 2,7 ± 0,57 ovos. Destes, em média, 87,5 ± 5,37% lograram sucesso na emergência de um adulto. O tempo médio despendido nos principais comportamentos foi de 1,5 ± 0,57 min para tamborilamento, 3,9 ± 0,56 min para inserção do ovipositor e 0,4 ± 0,06 min para marcação, não havendo alteração significativa na duração desses comportamentos ao longo do parasitoidismo da massa de ovos. A inserção do ovipositor foi feita quase sempre na região próxima às extremidades do ovo (87,58%). Foi obtida porcentagem média de 31,1 ± 7,21% machos/grupo, sendo que na 2ª oviposição originou-se maior proporção de indivíduos machos. Os resultados evidenciam comportamentos de oviposição comuns à família Scelionidae, sendo a marcação dos ovos um bom indicativo de efetiva oviposição da fêmea. O superparasitismo é apenas parcialmente evitado, e sua ocorrência não acarreta o insucesso da emergência de um parasitóide. A razão sexual é desviada para fêmeas, sendo a maioria dos machos gerada nas primeiras oviposições.
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