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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Eficácia da benzocaina como anestésico em diferentes temperaturas de água para juvenis de curimba (Prochilodus lineatus valenciennes, 1836), uma espécie de peixe neotropical

Medeiros Júnior, Elias Fernandes deUehara, Silvio AkiraFreitas, Thiago Mendes deMelo, Nuno Filipe Alves Correia dePalheta, Glauber David AlmeidaTakata, Rodrigo

Os anestésicos têm sido usados com frequência na aquicultura para minimizar o estresse durante o manejo. Entretanto, vários fatores podem afetar a eficiência do anestésico. Por exemplo, a temperatura é um dos fatores abióticos que controlam o metabolismo animal e, consequentemente, os efeitos anestésicos. Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da benzocaína como anestésico em juvenis de curimba Prochilodus lineatus em diferentes temperaturas da água. Juvenis (4,7 ± 1,6 g e comprimento total de 7,4 ± 0,7 cm) foram submetidos à anestesia nas concentrações de 30, 40, 50, 60, 70 e 80 mg de benzocaína L-1 e temperaturas de 22, 25, 28 e 31 °C. Os efeitos foram avaliados medindo-se o tempo de indução à anestesia profunda e cirúrgica, tempo de recuperação, tempo de retorno do apetite e taxa de mortalidade em 96 horas. As maiores temperaturas (25, 28 e 31 °C) proporcionaram menores tempos de indução a anestesia profunda e em 50 mg de benzocaína L-1 o tempo de indução foi entre 2 e 3 min. Juvenis nas temperaturas de 28 e 31 °C apresentaram menor tempo de indução a anestesia cirúrgica nas concentrações variando de 60 a 80 mg L-1. O tempo de recuperação foi superior a 22 ° C em todas as concentrações. O tempo de retorno do apetite ocorreu nas primeiras 24 horas após a anestesia e a taxa de mortalidade após 96 horas foi inferior a 10%. Nestas condições, para anestesia profunda, recomenda-se a concentração de 50 mg L-1 de benzocaína nas temperaturas de 25, 28 e 31 °C e 60 mg L-1 para 22 °C. A anestesia cirúrgica pode ser realizada com 50 mg de benzocaína L-1nas quatro temperaturas. As diferenças documentadas no presente estudo reforçam a necessidade de adequar a concentração do anestésico à temperatura da água para as espécies de peixes neotropicais, devendo ser reconsiderada na recomendação para uso em larga escala.(AU)

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