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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Alterações metabólicas e histológicas em Deuterodon iguape após exposição a diferentes salinidades

Barbieri, EdisonRezende, Karina Fernandes OliveiraCarneiro, Julia SchulzHenriques, Marcelo Barbosa

A diminuição do estoque de iscas vivas para a pesca esportiva, em ambientes estuarinos e marinhos, estimulou estudos em busca de espécies tolerantes às diferentes salinidades. O lambari Deuterodon iguape Eigenmann, 1907 tem sido amplamente utilizado como isca viva em estuários brasileiros, possui um mercado significativo e sendo um animal nativo do Brasil, torna-se um substituto promissor. Para analisar a tolerância, o objetivo foi avaliar o metabolismo de rotina (consumo de oxigênio e excreção de amônia), parâmetros hematológicos (glicose, hemoglobina e proteínas totais) e parâmetros histológicos (brânquias e rins) de D. iguape após exposição a diferentes salinidades. Os dados foram avaliados segundo as médias e desvios padrão obtidos pela análise ANOVA (one way) seguida do pós-teste de Tukey, após verificação das distribuições normais (teste de Kolmogorov-Smirnov) e homocedasticidade (teste de Levene), p <0,05. Nas maiores salinidades (12,5) testadas, foram observados aumento do consumo de oxigênio, glicemia sérica, níveis de hemoglobina, diminuição da amônia e excreção total de proteínas. Concluiu-se que 1 hora de exposição a diferentes salinidades, altera o metabolismo de D. iguape, caracterizado pelo aumento do consumo de oxigênio e diminuição da excreção de amônia. Alterações nos parâmetros hematológicos (glicose sérica, hemoglobina e proteína total) também são observadas nos grupos expostos nas maiores salinidades (7,5, 10 e 12,5). As alterações histológicas das brânquias e dos rins foram classificadas como leves a moderadas, mostrando que D. iguape se adaptou bem ao ambiente salino, o que pode viabilizar iscas vivas na pesca esportiva estuarina, preservando os estoques naturais de camarão Litopenaeus schimitti.(AU)

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