Efeito letal e subletal da amônia sobre o lambari (Deuterodon iguape, Eigenmann 1907), espécie potencial para a aquicultura brasileira
Barbieri, EdisonLenz, Rafaela MarinaNascimento, América Andrade deAlmeida, Genésio Lopes deRoselli, Larissa YoshidaHenriques, Marcelo Barbosa
O cultivo do lambari, Deuterodon iguape, abastece grande parte do mercado brasileiro com iscas vivas para a pesca esportiva. As altas densidades utilizadas para maximizar a produção podem aumentar a concentração de amônia. A fim de avaliar os efeitos subletais e letais de diferentes concentrações de nitrogênio amoniacal (amônia não ionizada mais amônia ionizada), D. iguape foram expostos a este xenobiótico. Os valores de CL50 para 24, 48, 72, 96 h de amônia-N foram 6,17; 5,57; 3,88 e 2,90 mg L-1 a 23 °C. Os valores de CL50 de 24, 48, 72, 96 h de NH3-N (amónia não ionizada) foram de 0,015; 0,013; 0,009 e 0,007 mg L-1. O consumo específico de oxigênio aumentou nas concentrações de nitrogênio amoniacal testadas. Os valores para as concentrações de 0,1; 0,25; 0,5 e 1,0 mg L-1 foram: 0,25, 0,33; 0,31 e 0,44 mlO2 g-1 h-1. Na concentração de 1,0 mg L-1 de cloreto de amônio houve aumento de 41,33% no nível de consumo em relação ao controle. A excreção de amônia também aumentou com o aumento da concentração de nitrogênio amoniacal. Os peixes excretaram, em média, 0,0320; 0,0364; 0,0368 e 0,0370 mg/g/h de amônia. Comparando esses resultados com as médias de excreção de amônia do controle (0,0 mg L-1), observou-se que esses valores representam um aumento na excreção de 146%, 177%, 189% e 184%, respectivamente. Após 24 h de exposição à amônia, a relação O: N diminuiu em 43,46%. Nossos resultados indicam efeitos metabólicos pronunciados e aumento da toxicidade com o aumento das concentrações de amônia. Recomendamos evitar concentrações superiores a 0,25 mg L-1 de NH3-N na água da cultura para o D. iguape.(AU)
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