Primeiro registro da ostra Saccostrea em Bertioga, São Paulo, Brasil
Galvão, Márcia Santos NunesAlves, Pedro Mestre FerreiraHilsdorf, Alexandre Wagner Silva
Este trabalho apresenta o primeiro registro de uma espécie exótica de ostra em Bertioga, Estado de São Paulo (sudeste da costa brasileira). As ostras exóticas foram encontradas fixadas em raízes de mangue, costões rochosos, pedras e cascalhos no leito do rio, formando agrupamentos de 10 20 indivíduos e coabitando com as espécies de ostras nativas (Crassostrea mangle, C. brasiliana e Ostrea spp.). Os resultados baseiam-se em análises moleculares de espécimes coletados no rio Itaguaré em junho de 2014. Foram utilizadas sequências parciais dos genes 16S e COI para avaliar a identidade taxonômica. As análises fenéticas foram realizadas pelo método de Neighbour-joining. A divergência genética foi calculada através das distâncias do parâmetro-2 de Kimura (K2P). As sequências agruparam-se com uma sequência de Saccostrea cucullata de Madagascar para ambos os genes (COI e 16S) e apresentaram uma distância genética de 1,7 2,2% e 3,5 5,3% de outras sequências do grupo S. cucullata para fragmentos de 16S e COI, respectivamente. As distâncias genéticas de outras espécies de Saccostrea (S. palmula, S. glomerata e S. mordax) variaram de 4,7 a 9,1% para 16S e de 13,8 a 19,0% para COI. As distâncias genéticas de outras espécies de ostras (gêneros Ostrea e Crassostrea) foram superiores a 14,0% e 25,0% para 16S e COI, respectivamente. O registro é discutido no contexto de possíveis consequências para o ambiente e prováveis vias de introdução. Este é o primeiro registro publicado de uma espécie de Saccostrea no sudoeste do Oceano Atlântico.(AU)
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