Bioecologia do robalo-flexa, Centropomus undecimalis, em lagoa costeira tropical no norte do Brasil
Pereira, Maria Eduarda Garcia de SousaSilva, Bianca Bentes daRocha, Rossineide Martins daAsp-Neto, Nils EdvinSilva, Cleize Sales daNunes, Zélia Maria Pimentel
O objetivo deste estudo foi investigar a bioecologia do robalo-flexa, Centropomus undecimalis, capturado na lagoa Salina, nordeste do Pará, no intuito de determinar a biologia populacional da espécie, associada às condições ambientais às quais está exposta. Mensalmente, ao longo de um ano, exemplares de robalo-flexa foram capturados com rede de emalhar e então determinados a estrutura populacional em comprimento e peso, a relação peso-comprimento, o período de recrutamento, o fator de condição relativo e o estádio gonadal. Variáveis abióticas da água foram monitoradas e correlacionadas aos dados biológicos de 344 exemplares, cujo comprimento e peso total variaram de 3,4 a 29,6 cm e de 0,4 a 209,31 g, respectivamente. O robalo-flexa apresentou crescimento alométrico negativo, obtido pela relação peso-comprimento (PT = 0,00088 CT 2,94). A distribuição mensal do comprimento total demonstrou que o recrutamento do robalo-flexa na lagoa ocorreu nos meses de março, maio e setembro/2007 e janeiro/2008. Os indivíduos analisados eram machos imaturos. Os valores do fator de condição relativo indicaram que o robalo-flexa apresentou boa condição nutricional, exceto em outubro. A salinidade, condutividade e pH apresentaram variação sazonal, bem como valores extremos. Porém, o robalo-flexa apresentou bom desenvolvimento, comprovando a plasticidade ecológica da espécie. A lagoa Salina é um ecossistema importante no ciclo de vida do robalo-flexa, pois funciona como área de berçário.(AU)
Texto completo