Leptospira spp. em bovinos leiteiros do estado do Maranhão, Brasil: frequência, fatores de risco e mapeamento de rebanhos reagentes
Paixão, Adriana PrazeresSantos, Hamilton PerreiraAlves, Lúcia Maria CoêlhoPereira, Helder de MoraesCarvalho, Robert Ferreira Barroso deCosta Filho, Valter MarchãoOliveira, Emerson Antônio Araújo deSoares, Diego MoraesBeserra, Priscila Alencar
O presente estudo teve como objetivo determinar a frequência, os fatores de risco e o mapeamento de focos em rebanhos leiteiros do estado do Maranhão, Brasil, associados à Leptospira spp. Foram colhidas 420 amostras de soros sanguíneos de fêmeas com idade 24 meses selecionadas de forma aleatória simples, distribuí- das em 70 rebanhos provenientes de 14 municípios. Foi aplicado um questionário epidemiológico para investigar os principais fatores de riscos associados à infecção. As amostras foram submetidas à prova de soroaglutinação microscópica (SAM), sendo utilizados 24 sorovares de Leptospira spp. Das amostras analisadas, 70 (100%) para rebanhos e 420 (100%) para animais foram reagentes a pelo menos um dos sorovares de Leptospira spp., com títulos variáveis entre 100 e 800. Os sorovares mais prevalentes foram Patoc (410/420; 97%), Castellonis (351/420; 84%), Hardjo (347/420; 83%), Hebdomadis (335/420; 80%), Sentot (328/420; 78%), Wolffi (330/420; 79%), Icterohaemorrhagiae (300/420; 71%) e Pomona (286/420; 69%). As variáveis não realização de inseminação artificial, criação conjunta de caprinos, ovinos, equinos e caninos e maior taxa de nascimento de bezerros no período seco apresentaram associação estatística significativa (p 0,05) à ocorrência de animais sororreagentes para Leptospira interrogans e foram considerados fatores de risco. Os resultados revelaram elevados títulos aglutinantes para diversos sorovares de Leptospira no rebanho bovino leiteiro do estado do Maranhão. Esses resultados demonstram a necessidade de implementação de estratégias que consistem na realização de vacinações, preferencialmente com sorovares regionais, exames sorológicos, aquisição de animais de propriedades idôneas, efetivação de quarentena ao ingresso de novos animais e notificação da doença na Agência de Defesa Agropecuária do Estado.(AU)
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