Efeitos adversos dos agonistas α-2 adrenérgicos em ovinos: revisão de literatura
Debiage, Rafael RostirollaAlves, Daniele CristinaFukushima, Fabiola BonoGuirro, Erica Cristina Bueno do Prado
Apesar dos α-2 agonistas serem utilizados para sedação e analgesia de ruminantes, particularmente em ovinos, alguns efeitos adversos graves podem limitar o uso destes fármacos na espécie. Considerando as particularidades da espécie e a necessidade de analgesia e sedação tanto para procedimentos veterinários como para experimentos em biomedicina, faz-se necessário compreender os diferentes efeitos adversos que esta classe pode gerar em ovinos. Desta forma, o presente estudo objetivou realizar uma revisão bibliográfica sobre os efeitos adversos dos α-2 agonistas em ovinos, bem como estratégias que podem ser adotadas para uma sedação mais segura. Os principais α-2 agonistas utilizado em ovinos nos estudos científicos foram xilazina, romifidina, detomidina, medetomidina e dexmedetomidina. Foram abordadas alterações cardiovasculares, respiratórias, gastrointestinais, geniturinárias e hematológicas, e seus mecanismos adjacentes foram discutidos. Os principais efeitos adversos desta classe de fármacos em ovinos incluem: 1) Bradicardia com hipertensão transitória (um a cinco minutos), seguida de hipotensão; 2) Redução das trocas gasosas pulmonares; 3) Hipomotilidade de pré-estômagos e acúmulo excessivo de gás no rúmen; 4) Redução do fluxo uterino e contração uterina nos períodos estrogênicos, além de diurese de baixa densidade; 5) Redução da contagem de plaquetas e redução transitória do hematócrito. Conclui-se que os efeitos hemodinâmicos e respiratórios específicos dos agonistas alfa-2 adrenérgicos em ovinos devem ser cuidadosamente considerados para garantir uma sedação segura. O uso de antagonistas alfa-2 adrenérgicos periféricos atenua os efeitos adversos associados, enquanto a coadministração de opioides pode reduzir a dose sedativa necessária, minimizando assim os potenciais efeitos adversos.(AU)
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