Mortalidade de abelhas sem ferrão Scaptotrigona bipunctata sob os efeitos dos herbicidas paraquat e diquat
Peruzzolo, Marina CarvalhoGrange, LucianaRonqui, Ludimilla
As abelhas exercem essencial atividade polinizadora, além de fundamentais na manutenção ecossistêmica, também polinizam diversos sistemas agrícolas. São crescentes os relatos sobre o desaparecimento de abelhas, possivelmente em decorrência do intenso uso de agrotóxicos, os quais não possuem seus efeitos sobre a biodiversidade, de fato, conhecidos. A maioria dos estudos nessa área é voltada para a compreensão dos efeitos de inseticidas, porém, os herbicidas também podem influenciar na mortandade dos insetos polinizadores. Referente aos herbicidas paraquat e diquat, amplamente utilizados na agricultura, pouco se conhece sobre os efeitos que atingem organismos não-alvo, como as abelhas. Este trabalho avaliou a mortalidade das abelhas Scaptotrigona bipunctata submetidas aos herbicidas paraquat e diquat, via contato e ingestão. Dois experimentos foram conduzidos no delineamento de blocos casualizados em esquema fatorial 2 x 2 com tratamento adicional, em três repetições. Os tratamentos foram: dois herbicidas (paraquat e diquat), duas doses (50 e 100%) e um tratamento adicional sem exposição ao produto (controle). Cada parcela consistiu em dez indivíduos, expostos aos tratamentos e incubados à 28oC durante 72 horas em ambiente controlado. Para o experimento de ingestão, ambas as doses dos herbicidas resultaram em maior mortalidade de abelhas em relação à condição controle. Ademais, a dose 100% resultou em maior toxicidade comparada à dose 50%. Para a contaminação via contato, não houve aumento na mortalidade das abelhas perante a exposição. Conclui-se que a contaminação por ingestão com os herbicidas paraquat e diquat pode afetar a sobrevivência das abelhas sem ferrão, podendo em longo prazo alterar a viabilidade e a dinâmica das populações das abelhas Scaptotrigona bipunctata.(AU)
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