Cetamina, xilazina e atropina, em doses calculadas por extrapolação alométrica interespecífica, para contenção farmacológica da cutia (Dasyprocta azarae)
Pachaly, José RicardoMonteiro Filho, Emygdio Leite de AraújoWerner, Pedro RibasGiovanelli, Diogo Fernandesde Conti, Juliano BortoloWosiacki, Sheila RezlerBelettini, Salviano TramontinVoltarelli-Pachaly, Evandra Maria
A cutia (Dasyprocta azarae) é um roedor neotropical que necessita ser contido por meios farmacológicos para a realização de certos procedimentos médicos e de manejo, em função de características comportamentais de defesa e grande susceptibilidade ao estresse. A combinação de cloridrato de cetamina, cloridrato de xilazina e sulfato de atropina foi administrada, por via intramuscular, a 53 cutias (33 machos e 20 fêmeas) com pesos entre 0,74 e 3,58 kg (2,071±0,678 kg), para possibilitar a realização de procedimentos de campo que incluíam determinação de sexo, biometria, marcação, exame físico e colheita de sangue e urina. Após a pesagem de cada cutia, a dose individual de cada um dos fármacos foi calculada por meio de extrapolação alométrica interespecífica, usando-se como modelo as doses usualmente recomendadas para um cão doméstico de 10 kg (cetamina 20,00mg/kg, xilazina 2,00mg/kg e atropina 0,05mg/kg). Em todos os animais a indução do estado de contenção foi rápida, sendo a reação postural de endireitamento abolida entre 0,5 e 5,0 minutos (2,02±1,21 minutos) após a injeção. A temperatura retal variou de 28,9 a 40,9ºC (36,38±2,04ºC), a frequência cardíaca variou de 72 a 240 b.p.m. (150,93±31,48 b.p.m.) e a frequência respiratória variou de 20 a 192 m.p.m. (80,63±29,09 m.p.m.). Avaliou-se a qualidade da contenção farmacológica com base no miorrelaxamento observado aos dez, 15, 25 e 35 minutos após a injeção. A contenção farmacológica foi excelente em cerca de 90,00% dos casos, e boa em outros 5,00%. A qualidade da analgesia foi avaliada, principalmente, por meio das rea- ções de nocicepção ao pinçamento de um dígito do membro torácico esquerdo aos dez, 15, 25 e 35 minutos após a injeção, e foi ruim em mais de 50,00% dos casos. (AU)
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