Produção de cabras leiteiras no semiárido: análise produtiva e reprodutiva, bem como influência da adoção de práticas higiênicas na qualidade do leite
Silva, I. W. HMoura, J. F. PSantos Júnior, EPereira Filho, J. MOliveira, J. P. FDias-Silva, T. PBezerra, L. R
O objetivo do presente estudo foi avaliar o desempenho produtivo e reprodutivo de genótipos caprinos leiteiros, assim como a influência da adoção das práticas higiênicas pelos produtores sobre a qualidade do leite caprino. A primeira parte da pesquisa foi realizada na Estação Experimental Pendência-PB. Foram analisados dados produtivos e reprodutivos de 81 cabras Anglo-Nubiana e alpinas mestiças, bem como dados de produção total de leite das cabras acima de 100 dias de lactação e produção parcial até 56 dias de lactação. Também foram avaliadas amostras de leite in natura de 160 propriedades da região. No momento da coleta, foi aplicado um questionário de diagnóstico dos sistemas de produção de leite caprino. Os dados de desempenho produtivo e reprodutivo foram avaliados pelo teste de Tukey e pela análise descritiva utilizando o programa SPSS. O rebanho apresentou uma variação da produção de leite total na lactação desde 267,40kg a 468,55kg, com durações de lactação variando de 157 e 247 dias, e produção média diária entre 1,43 e 1,89kg/dia. As taxas de fertilidade foram satisfatórias, sendo a menor taxa de 76% e a maior de 92%, com uma média de 85,24% considerando as seis estações de parição. As médias dos períodos de gestação variaram entre 144 e 152 dias. Quanto à caracterização da sanidade, 73% dos produtores realizam limpeza da sala antes e após a ordenha. No entanto, 94,8% dos produtores não eliminam os primeiros jatos de leite e somente 29,2% utilizam o teste da caneca telada para identificação de mastite clínica. Apenas 41% dos produtores realizam pré-dipping e pós-dipping e 30,2% aplicam a solução de iodo. Somente 8,3% dos produtores usam toalhas descartáveis e 92% ainda utilizam toalha de tecido. Observou-se, ainda, que 99% das propriedades armazenam o leite ordenhado em baldes ou latões, sem refrigeração. Pequenas quantidades de amostras (5,6%) estavam contaminadas por Staphylococcus aureus, porém a contagem de coliformes totais teve valor elevado. Em relação à contagem de células somáticas, verificou-se que 86% das propriedades apresentaram CCS acima de um milhão de células por mL, devendo-se ajustar corretamente os manejos alimentar, produtivo e reprodutivo. As épocas de parição, lactação e o genótipo influenciaram de forma direta os índices produtivos e reprodutivos dos animais. Obsevou-se a prevalência de vários fatores que contribuem para a vulnerabilidade de contaminação do leite em diversas etapas de produção, tais como ordenha e processamento. Portanto, a orientação adequada e a conscientização dos responsáveis são de extrema importância para melhorar a qualidade do leite de cabra na região semiárida da Paraíba.(AU)
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