Parâmetros sanguíneos e medidas de peso na reabilitação de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus, Foster 1781)
Martins, A. MSilva Filho, R. PXavier, M. OMeireles, M. C. ARobaldo, R. B
Durante o inverno austral, é comum o aparecimento do pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) no litoral sul do Brasil. A poluição por petróleo constitui a maior causa de morte dessas aves. O acompanhamento do peso e de variáveis sanguíneas é importante para a tomada de decisões durante a reabilitação e liberação desses animais. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre a sobrevivência dos pinguins durante a reabilitação e os valores de hematócrito (Ht), proteínas plasmáticas totais (PPT) e peso corpóreo (PC) das aves recebidas no Centro de Recuperação de Animais Marinhos entre 2006 e 2009. As análises ocorreram semanalmente, e os pinguins foram classificados em função do desfecho do processo de reabilitação, quando 101 espécimes foram reabilitados e liberados e 67 foram a óbito. Animais liberados apresentaram queda no Ht na segunda e terceira semanas (41±6% e 40±5%, respectivamente), seguida de recuperação dos valores na quarta e quinta semanas (41±4% e 43±4%, respectivamente). Os níveis de PPT aumentaram progressivamente ao longo das coletas, estabilizando na quarta semana em 7,3±0,8g/dL. Em contrapartida, animais que foram a óbito, apesar de seguirem a mesma resposta para as PPT, não apresentaram diferença significativa do Ht, entre as coletas, e demonstraram tendência à perda de PC nas últimas semanas de reabilitação. As curvas de PC e Ht foram consideradas indicadoras potenciais de prognóstico durante a reabilitação dos pinguins. Animais que chegaram ao centro de recuperação com PC, Ht e PPT acima de 2.700g, 45% e 5,6g/dL, respectivamente, apresentaram maior chance de recuperação, fazendo desses parâmetros pontos críticos na tomada de decisão quanto ao tratamento a ser conduzido durante a reabilitação.(AU)
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