Urbanização da leishmaniose visceral em Belo Horizonte
Bevilacqua, P. DPaixão, H. HModena, C. MCastro, M. C. P. S
O Brasil vivencia na atualidade uma situação na qual velhas edemias, que se pensava esquecidas, ressurgem com grande impacto e muitas vezes com perfis de morbi-mortalidades diferentes daqueles já conhecidos. Este é o caso da leishmaniose visceral, uma doença caracteristicamente rural e associada a condições precárias de vida, que encontra no espaço urbano ambiente favorável para se estabelecer e desenvolver. O município de Belo Horizonte convive, desde 1993, com uma epidemia de calazar humano e canino. Foram feitas a reconstrução histórica da enfermidade e a caracterização de alguns aspectos demográficos dos casos humanos. Aparentemente a doença foi introduzida em Belo Horizonte a partir de focos existentes em municípios vizinhos, como Sabará. Os Distritos Sanitários Leste e Nordeste foram os mais acometidos. A evolução espacial da epidemia mostrou que os casos caninos precederam os humanos, confirmando a importância do cão como reservatório do calazar em áreas urbanas. O risco de adoecer foi maior em crianças menores de 15 anos. A situação de Belo Horizonte ilustra muito bem o processo de urbanização de enfermidades tradicionalmente rurais, vivenciado por várias cidades brasileiras (AU)
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