Desempenho produtivo e respostas adaptativas de novilhos Angus x Nelore criados em sistema intensivo no agreste do Rio Grande do Norte
Outeda Lacuesta, Carolina
O presente estudo foi realizado no município de Ceará-Mirim, agreste do Rio Grande do Norte, em propriedade agropecuária produtora de carne a partir de sistema de produção de novilhos superprecoces. Foram avaliados 30 novilhos de dois cruzamentos Angus x Nelore (34 Angus x 1/4 Nelore e ½ Angus x Nelore) quanto às características de desempenho produtivo, medidas corporais e adaptabilidade. A variáveis utilizadas para desempenho foram ganho de peso médio diário (GPMD) e peso vivo, com pesagem dos animais in loco, além de medidas corporais, tais como o comprimento do corpo, altura anterior, altura posterior e perímetro torácico, com a utilização de régua adaptada e fita métrica. A temperatura retal, a espessura de pelame, o comprimento médio e a densidade numérica foram avaliados para compor a análise de adaptação, além de variáveis meteorológicas como temperatura do ar, a umidade relativa do ar, a Carga Térmica Radiante (CTR) e o Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU). A temperatura retal e as variáveis meteorológicas foram observadas em dois horários, 10:00 h e 15:00 h. O período de coleta para as variáveis de desempenho, medidas corporais, temperatura retal e variáveis meteorológicas foi de agosto de 2006 a setembro de 2007, totalizando 13 avaliações, enquanto que a coleta das características de pelame foi realizada de janeiro a julho de 2007. O grupo 34 Angus x 4 Nelore apresentou maior peso vivo à desmama (181,60 Kg) e ao fim do experimento (419,80 Kg), quando comparado com 2 Angus x Nelore, que obteve peso médio à desmama de 158,57 Kg e ao fim do experimento de 390,0 Kg (P<0,01). Cabe ressaltar que o peso inicial foi igual para os dois grupos (103,03 Kg). Os animais provenientes do cruzamento com maior proporção da raça Angus (3/4) apresentaram também medidas corporais significativamente superiores. Isto significa que o peso vivo do animal foi acompanhado pelo seu crescimento, sendo maiores os animais mais pesados. Houve correlação altamente significativa (P<0,01) entre estas variáveis e o peso vivo. Para temperatura retal, o cruzamento com maior proporção da raça Nelore (1/2) apresentou maior valor (40,4° C), talvez por características inerentes dos zebuínos, que possuem maior estoque de calor corporal e menor perda de água. A média para o grupo ¾4 Angus x 4 Nelore foi de 39,96° C (P<0,01). Entretanto, no que se refere aos horários de coleta, as temperaturas retais foram semelhantes, o que pode sugerir uma boa capacidade de dissipação de calor pelos animais. Para as características de pelame, não houve diferença entre os grupos na espessura da capa e número de pêlos, enquanto que os pêlos dos animais do grupo ¾ Angus x 4 Nelore foram mais compridos. Um maior comprimento para este grupo já era esperado, visto que os taurinos apresentam pêlos mais finos e compridos que os zebuínos, uma característica adaptativa devido ao clima dos países de origem. O conforto térmico ambiental foi considerado dentro da normalidade, sendo o valor médio da CTR de 516,6 w/m² e do ITGU de 78,3. O grupo genético 34 Angus x 4 Nelore apresentou melhores características de desempenho produtivo e satisfatória capacidade adaptativa.
Resumo de Dissertação
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