Raiva bovina no Rio Grande do Sul: taxas de positividade, distribuição geográfica e ocorrência sazonal
Cappelari, Bruno EgídioSilveira, Jéssica Grace daRosa, Julio César de AlmeidaFerreira, José CarlosDantas, Giovana
A raiva é uma zoonose caracterizada por uma encefalite viral aguda, sendo fatal em quase 100% das infecções em animais. Ainda que casos humanos ainda sejam registrados no Brasil, no Rio Grande do Sul (RS) a raiva é considerada uma doença controlada em áreas urbanas. Entretanto, a transmissão da raiva bovina, que tem sido frequentemente associada ao morcego Desmodus rotundus, é endêmica. Ademais, estima-se que apenas 10% de todos os casos de raiva são notificados. Assim, este estudo buscou descrever as taxas de positividade, distribuição geográfica e a ocorrência sazonal da raiva bovina no RS, bem como as práticas de amostragem na vigilância da raiva. Utilizando amostras submetidas a diagnóstico laboratorial de 2016 a 2019, foi realizado um estudo retrospectivo dos resultados laboratoriais, taxas de positividade e ocorrência sazonal da raiva em bovinos. Ao longo dos quatro anos, menos de um terço dos municípios enviou amostras para diagnóstico, sugerindo que a ocorrência da raiva pode ainda ser subestimada em áreas sem amostragem. O maior número de casos de raiva foi notifi-cado em 2019, ano com o maior número de amostras enviadas para diagnóstico e maior taxa de positividade. Apesar disso, o número de casos registrados entre 2016 e 2019 não foram significativamente diferentes. Foram encontrados valores estatisti-camente diferentes nas taxas de positividade dos meses de verão e outono. Além disso, não foram detectadas amostras positivas de D. rotundus, apesar das taxas de positividade da raiva bovina. A vigilância ativa, especialmente das populações de morcegos e regiões não amostradas, deve ser fortalecida para mensurar adequadamente o impacto da raiva.(AU)
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