Empirismo e ineficiência na prática cultural de desgovernar equinos no nordeste brasileiro: estudo de casos
Hussni, Carlos AlbertoMatos Neto, AntonioEscodro, Pierre BarnabéAlves, Ana Liz GWatanabe, Marcos JunRodrigues, Celso A
Na região nordeste do Brasil pratica-se o procedimento cirúrgico denominado desgovernar com objetivo de eliminar claudicações crônicas em equinos. O ato é realizado há várias décadas como um elemento cultural regional, incorporado aos costumes da população e habitualmente praticado por leigos e médicos veterinários. Este artigo objetiva identificar o ato cirúrgico conhecido como desgovernar, citando seus diferentes acessos e eficiência da técnica, a partir de informações obtidas através de inquérito direto aos executores (médicos veterinários ou leigos) e proprietários de animais que foram submetidos ao procedimento. De acordo com as descrições, o procedimento possui quatro acessos cirúrgicos, na face medial da região proximal ou distal dos membros torácicos e pélvicos, podendo ser definido como secção vascular seguida de hemorragia profusa, com ou sem hemostasia por ligadura. As informações obtidas e a análise estrutural anatômica indicam que a prática de desgovernar é caracterizada por flebotomia seguida ou não de neurectomia, sendo um procedimento questionável, empírico e ineficiente no tratamento das claudicações. A partir do estudo de casos desenvolvido, de caráter inicial sobre a temática, conclui-se a ausência da comprovação terapêutica nos animais submetidos ao procedimento, o contra indicando na rotina clínico-cirúrgica de equinos.(AU)
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