Ontogênese do pericarpo de Serjania communis Camb. e Urvillea ulmacea Kunth (Sapindaceae) com ênfase no aparelho de dispersão
Tanaka, Bruna Mary MatugumaPinto, Daniela DiasMourão, Káthia Socorro Mathias
O presente estudo descreve aspectos morfológicos e o desenvolvimento do pericarpo de Serjania communis Camb. e Urvillea ulmacea Kunth ampliando o conhecimento estrutural dos frutos de Sapindaceae. Foram coletados e analisados ovários e frutos seguindo técnicas usuais em anatomia vegetal. O ovário estruturalmente similar e a ocorrência de tricomas glandulares e não glandulares varia entre as espécies. Em S. communis, o esquizocarpo samaroide apresenta ala proximal e cavidade distal; em U. ulmacea, o fruto apresenta deiscência passiva septicida e septifraga e cada cavidade seminal apresenta uma ala dorsal. O exocarpo uniestratificado tem tricomas pluricelulares longos, unisseriados e esparsos em U. ulmacea. O mesocarpo é parenquimático e esponjoso e em S. communis apresenta três regiões distintas. Os feixes vasculares dorsais, laterais e ventrais são mais desenvolvidos em S. communis e as calotas de fibras sobre o floema nos feixes laterais participam da separação dos mericarpos. O endocarpo deriva do meristema adaxial e suas células oblíqua e tangencialmente alongadas tornam-se lignificadas. As alas originam-se de um meristema mais ativo nas arestas do ovário e por divisões intensas no mesofilo ovariano nessa região. O fruto de U. ulmacea pode representar a transição entre o esquizocarpo samaroide de Serjania e a cápsula septifraga de Cardiospermum.
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