Porque os pacientes cirúrgicos chegam em estado tão crítico na unidade de terapia intensiva?
Basile-Filho, AnibalMenegueti, Mayra GonçalvesAuxiliadora-Martins, MariaNicolini, Edson Antonio
OBJETIVO: Investigar a habilidade do Acute Phisiologic and Chronic Health Evaluation II (APACHE II) na estratificação da gravidade e o impacto causado pelo tempo de transferência para a unidade de terapia intensiva (UTI) sobre a mortalidade de pacientes cirúrgicos em estado crítico. MÉTODOS: Foram estudados retrospectivamente 529 pacientes (60,3% homens e 39,7% mulheres, média de idade = 52,8 ± 18,5 anos) admitidos na UTI, divididos em sobreviventes (n=365) e não sobreviventes (n=164). O APACHE II e o risco de óbito (RO) foram analisados por curvas ROC (Receiver Operating Characteristics). O tempo decorrido entre a solicitação da vaga e a chegada do paciente na UTI foi verificado. Considerou-se um nível de significância de 0,05. RESULTADOS: O APACHE II e o risco de óbito foram de 19,9 ± 9,6 e 37,7 ± 28,9%, respectivamente. A área sob a curva ROC para o APACHE II foi de 0,825 (IC = 0,765-0,875) e para o RO de 0,803 (IC = 0,741-0,856). A mortalidade geral (31%) cresceu progressivamente com o tempo decorrido entre a solicitação da vaga e a chegada do paciente na UTI, também evidenciado pelo APACHE II e o risco de óbito. CONCLUSÃO: Esta investigação mostra que quanto maior é a demora na transferência do paciente para a UTI mais aumenta a gravidade dos pacientes, cujo impacto na sobrevida é negativo.(AU)
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