Níveis de CEA e Ca 19 - 9 em soro e cavidade peritoneal em pacientes com câncer do estômago e pâncreas
Hoskovec, DavidVarga, JozefKonecna, EllenAnto, Frantiek
OBJETIVO: Os marcadores tumorais são substâncias encontradas no sangue e outros fluidos biológicos em pacientes com doenças oncológicas. São produzidos pelo próprio tumor ou ser resultado da interação entre o tumor e o organismo. Podem ser usados no seguimento de pacientes com câncer para identificar recidiva tumoral. Os níveis pré-tratamento têm valor prognóstico e podem sinalizar persistência de doença residual mínima após cirurgia radical.. MÉTODOS: Foram operados 52 pacientes com tumores do trato gastroinstestinal superior (32 com câncer do estômago e 20 do pâncreas). Amostras sanguineas foram colhidas no préoperatório e amostras peritoneais imediatamente após a laparotomia, antes de qualquer manipulação do tumor. Todas as amostras foram examinadas bioquímicamente e os resultados foram comparados entre si e em face ao progresso da doença. RESULTADOS: Os pacientes com câncer de estômago nos estadios I e II apresentaram níveis sanguineos mais elevados de ambos os marcadores tumorais do que no peritônio, mas a maioria dos valores encontrava-se dentro dos limites fisiológicos. Já nos estadios III e IV os níveis dos marcadores tumorais foram mais elevados no peritônio do que no sangue. O número de exames positivos aumentou de acordo com o estadio da doença. Nos estádios avançados, observou-se elevada variabilidade nos níveis de ambos os marcadores analisados no peritônio. Os doentes com carcinoma de pâncreas tiveram níveis de CEA semelhantes no sangue e no peritônio, mas os níveis peritoneais foram ligeiramente mais elevados nos estadios III e IV. Ca 19 - 9 foi muito mais sensível para o câncer do pâncreas. A porcentagem de exames positivos foi mais elevada no sangue, mas o níveis do Ca19-9 foram mais elevados no peritônio.A porcentagem de exames positivos também teve correlação com o estadio da doença. CONCLUSÕES: Os níveis de marcadores tumorais no sangue podem indicar inoperabilidade do tumor. No peritônio podem indicar o tipo de ressecção, especialmente nos doentes com câncer gástrico, e o risco de recidiva peritoneal precoce. A diferença entre os níveis no peritônio e sangue podem sinalizar a via de disseminação, hematogênica ou intra-peritoneal.(AU)
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