Evidência e experiência: qual o equilíbrio no treinamento dos cirurgiões?
Brandt, Carlos Teixeira
O treinamento dos cirurgiões requer profissionalismo, educação médica continuada e ambiente apropriado para assegurar o sucesso desejado. Contudo, geralmente, este objetivo perseguido, de forma ineficiente, é baseado em treinamento de habilidades que tem como fundamento uma filosofia clássica, não moderna -, "da forma como eu aprendi". Existe, usualmente, falta de seguimento, em longo prazo, dos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos, oferecendo pouca evidência, aos cirurgiões experientes, bases fundamentadas para o treinamento adequado dos cirurgiões em treinamento. Por outro lado, o questionamento do conhecimento estabelecido não é estimulado, por vezes nem mesmo tolerado pelos cirurgiões experientes. Parece que a verdade é absoluta e não permite mudança para o novo conhecimento, o que poderia significar ausência de progresso adicional. Existe a necessidade de alterar significativamente a implementação do novo conhecimento, se possível baseado em evidência, no sentido de assegurar o melhor cuidado médico para o paciente cirúrgico. A cirurgia experimental, e atualmente, os modelos cirúrgicos de bancada, podem ser úteis, no sentido de minimizar as complicações previsíveis nos pacientes sob responsabilidade dos cirurgiões em treinamento, enquanto na curva de aprendizado. Cirurgia baseada em evidência deve ser uma das ferramentas para melhorar o atendimento ao paciente cirúrgico, desde que esse ramo importante da atividade médica deve se fundamentar em dois pilares -, "arte e ciência"; e o cirurgião em bom treinamento necessita estar próximo de ambos.(AU)
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