Uso do grampeador para o fechamento da faringe após laringectomia total
Rogério A., DedivitisV. Guimarães, André
OBJETIVO: Avaliar a laringectomia total para resgate de recidiva após tratamento por radioterapia e quimioterapia concomitante por carcinoma epidermóide avançado de laringe. MÉTODOS: Entre março de 2001 e dezembro de 2002, foram realizadas 12 laringectomias totais de resgate de recidiva com uso do grampeador linear. O protocolo de preservação de órgão para casos de câncer avançado de laringe consiste no uso de cisplatina semanal concomitante à radioterapia. A idade variou de 42 a 64 anos e onze pacientes eram do sexo masculino. Realizou-se novo estadiamento por telelaringoscopia, laringoscopia de suspensão e tomografia computadorizada. Os tumores recidivados eram restritos à endolaringe. O grampeador linear foi aplicado longitudinalmente na região da valécula, entre a faringe e a laringe, o mais próximo possível da asa da cartilagem tireóidea. A colocação primária de prótese fonatória foi realizada em 11 pacientes após o fechamento da faringe. Todos os pacientes obtiveram alta hospitalar entre o 4º e o 7º dia de pós-operatório e a dieta oral foi iniciada no 10º dia. Realizou-se radiografia contrastada de faringe e esôfago entre o 21º e o 30º dia para avaliar a bolsa faríngea. RESULTADOS: A aplicação do grampeador durou menos que cinco minutos. Não houve infecção, fístula faringo-cutânea, queixa de disfagia nem estreitamento ao estudo radiográfico. Os pacientes obtiveram sucesso na reabilitação fonatória a prótese. CONCLUSÃO: O uso do grampeador é tecnicamente fácil e não aumenta a incidência de fístula ou de disfagia em pacientes submetidos a laringectomia de resgate pós-radioterapia. O tempo cirúrgico é reduzido e não há prejuízo na reabilitação fonatória primária com uso de prótese traqueo-esofágica.
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