Modelo animal de doença: critérios de escolha e espécies de animais de uso corrente
José Fagundes, DjalmaOmar Taha, Murched
OBJETIVO: Delinear os parâmetros que norteiam a escolha de um modelo animal de doença e verificar na literatura biomédica recente quais as espécies animais de uso mais freqüente. MÉTODOS: Considerando a revisão da literatura são discutidos, os conceitos e as características de um modelo animal de doença. Destaca-se o consenso atual sobre quando usar um modelo animal, quais os critérios de sua escolha e os requisitos para um modelo adequado. Descreve quais os tipos de modelos animal de doença e discute as controvérsias da similaridade filogenética e os riscos inerentes a extrapolação dos modelos para os seres humanos. Baseado em uma pesquisa documental na base de dados da BIREME (Medline, Lilacs, Scielo e Biblioteca Cochrane) investiga quais os animais de experimentação mais citados nos artigos destas bases de dados. RESULTADOS: Verificou-se que o rato e o camundongo são os animais mais freqüentemente utilizados. O coelho, cão e o suíno seguem a lista nas referências de língua inglesa. Nas bases de dados da literatura Latino-americana o cão supera o número de citações de coelhos e suínos. Os primatas são minoria nas citações em todas as bases de dados. As revisões sistemáticas também têm no rato o maior número de citações, as demais espécies são citadas em igualdade de condições. CONCLUSÕES: O animal de experimentação é usado virtualmente em todos os campos da pesquisa biológica nos dias de hoje. A relação entre os humanos e os animais de outras espécies ganhou, através dos tempos, contornos mais definidos, a exploração de outras espécies tem regras e uma ética estabelecida, a indução dos resultados do animal para a espécie humana tem critérios claros e objetivos a serem preenchidos. O uso dos modelos experimentais, ou dos modelos animal de doença, ou dos animais de laboratório na pesquisa biomédica permite e deverão permitir nos próximos anos discussões epistemológicas, políticas, sociais, econômicas e religiosas.
Texto completo