Tratamento de hidrocefalia com derivação ventrículo-peritoneal: análise de 150 casos consecutivos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto
Eduardo Barros Jucá, CarlosLins Neto, AntônioSantos de Oliveira, RicardoRubens Machado, Hélio
INTRODUÇÃO: O presente trabalho analisou 150 casos consecutivos de tratamento da hidrocefalia com DVP no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto entre março de 1997 e julho de 2000. OBJETIVO: Traçar as principais características dos pacientes e dos procedimentos, com ênfase nas etiologias, diagnóstico, complicações, seqüelas e fatores associados. MÉTODOS: Prontuários médicos como fonte para quantificar as variáveis selecionadas. RESULTADOS: As etiologias congênitas e adquiridas tiveram a mesma incidência, destacando-se a mielomeningocele no primeiro grupo e a prematuridade e a meningite no segundo. As principais complicações foram o mal funcionamento da válvula (33%) e a infecção (15%). Incluídas as cirurgias devido às complicações, houve 2,5 procedimentos por paciente em média. No último retorno, 40% dos pacientes apresentavam algum grau de retardo do desenvolvimento neuro-psico-motor (RDNPM). As principais etiologias relacionadas a RDNPM foram prematuridade, meningite e malformações complexas. Discussão: O trabalho serviu como ferramenta para ajudar a caracterizar a história natural da hidrocefalia e de seu tratamento em nosso meio, fornecendo base para uma melhor compreensão da mesma e para comparação com a literatura e com outros serviços. A taxa de RDNPM está condizente com a literatura. A taxa de infecção está mais elevada, podendo haver relação com o fato de ser este um hospital-escola. Maior tempo de seguimento seria necessário para comparação da incidência de complicações mecânicas.
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