Histopatologia do saco herniário das hérnias inguinais: a importância do conhecimento morfológico sacular
de Almeida Barbosa, Cirênioda Fonseca Amaral, VâniaLázaro da Silva, AlcinoVieira Gualberto, GustavoLima Porto, Marcelo
O conteúdo do saco herniário sempre foi motivo de preocupação por parte do cirurgião, embora a estrutura de sua parede seja ainda pouco estudada e conhecida. O objetivo do trabalho é avaliar a influência de sexo, cor, idade, região do saco herniário, lado da hérnia, largura, comprimento e espessura da amostra peritoneal na presença de fibras musculares lisas (FML) na parede do saco herniário inguinal. Pretende-se também descrever a histologia dos sacos herniários e apresentar algumas teorias sobre a origem das FML, além de destacar a importância do conhecimento da estrutura sacular na identificação de condições patológicas encobertas e certificar o uso do próprio saco como instrumento de reforço nas correções cirúrgicas. Amostras de 252 sacos herniários obtidos no tratamento operatório de hérnias inguinais indiretas, diretas, recidivadas e encarceradas foram encaminhadas para o estudo histopatológico, e foram coradas por Hematoxilina-Eosina (HE) e tricrômico de Gomori para a identificação de FML. Estas estiveram presentes em 67,9% das amostras, e ocorreram de modo significativo nas hérnias indiretas e recidivadas, quando comparadas com as diretas e encarceradas. Em relação às variáveis estudadas, os pacientes que apresentaram FML não diferiram significativamente daqueles em que as mesmas não foram observadas. Quando presentes, as FML muitas vezes estavam associadas com vasos sangüíneos espessos, sugerindo a origem à partir da camada média do vaso e podem representar um reforço tecidual em resposta ao trauma mecânico ou a outros fatores da patogênese da hérnia. Foi observado também que o saco herniário pode sediar vários processos patológicos que atingem o peritônio parietal, como a endometriose, inflamações específicas e processos hiperplásicos ou mesmo neoplásicos, inclusive podendo constituir, em alguns casos, a primeira evidência de neoplasias.
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