Histomorphometry of hepatic portal fibrosis in patients with surgical schistosomiasis mansoni
Teixeira Brandt, CarlosLúcia Coutinho Domingues, AnaVilela, PauloSena, AndréaMarques, KarinaFarias Giusti, Cecília
O relato usual de fibrose hepática em pacientes com esquistossomose mansônica na forma hepato-esplênica não apresenta associação com os parâmetros clínico-hemodinâmicos e de reserva funcional hepática. A histomorfometria adicionou uma nova ferramenta de investigação para medir a densidade da fibrose portal nesses pacientes. Esta investigação teve como objetivo investigar uma possível concordância entre a bem aceita classificação internacional clássica e os graus de densidade da fibrose portal medidos pela histomorfometria. Trinta e cinco crianças e igual número de adultos foram incluídos nesse estudo. Todos os pacientes foram submetidos a esplenectomia e ligadura da veia gástrica esquerda. Os achados histológicos foram avaliados em biópsias hepáticas cirúrgicas coradas pelo tricômico de Masson. O relato histológico oficial (clássico) foi usado como referência. Os estudos histomorfométricos foram feitos por morfometria semi-automática. A percentagem média (X) da fibrose portal ± um desvio padrão (DP) foi classificado como grau II (7,06 até 34,72%); grau I foi até 7,06%; e grau III acima de 34,72%. Embora não alcançando significação estatística ocorreu uma tendência da fibrose ser mais intensa nas crianças que nos adultos (X ± DP - 22,02 ± 13,46% versus 20,63% ± 15,33% "t" = 0,379 p > 0,005). Sete de nove (77,8%) pacientes classificados como grau I, pela morfometria, tiveram a mesma classificação no relato oficial, contudo, dois (22,2%) foram descritos como grau III. Dezesseis de 44 (36,4%) classificados como grau II na morfometria tiveram a mesma classificação na histologia clássica, entretanto, 27 (61,4%) foram classificados como grau III e um (2,3%) como grau I. Quinze (21,4%) de 70 pacientes tiveram grau III em ambas as classificações, mas, dois (11,8%) de dezessete pacientes grau III na morfometria foram grau II na histologia. A medida de concordância kappa (k) entre ambas as classificações foi k=0,319, mostrando uma discreta força de associação. As medidas histomorfométricas da fibrose de Symmers em pacientes cirúrgicos portadores de esquitossomose mansônica dão suporte parcial ao relato oficial do Departamento de Patologia do Hospital das Clínicas - Universidade Federal de Pernambuco. Contudo, existe uma discrepância no grau III. Enquanto na classificação oficial a maioria (62,8%) é constituída por pacientes grau III, na morfometria, a maioria (62,8%) é grau II.
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