Avaliação da atividade elétrica atrial em pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico da valvopatia mitral
Augusto Ferreira, CesarVillela de Andrade Vicente, WalterJosé Rodriguez, AlfredoDorival Campos, AntonioRosa e Silva Júnior, JairoSarabanda, ÁlvaroOsvaldo Pyntia, Antonio
INTRODUÇÃO: O acesso cirúrgico por esternotomia mediana e atriotomia subseptal clássica pode, em certos casos, resultar em má exposição da valva mitral. Incisões atriais alternativas otimizam a exposição da valva mitral mas podem interferir na atividade elétrica atrial pós-operatória. OBJETIVO: Padronizar método para investigar a atividade elétrica atrial para emprego em estudos comparativos de diferentes atriotomias em cardiopatas sumetidos à cirurgia cardíaca. MÉTODOS: Análise com eletrocardiograma convencional e de 24 h (sistema Holter), pré e pós-operatória, e cardioestimulação epicárdica pós-operatória pelo método de Narula, em 10 pacientes submetidos à correção de valvopatias mitrais. RESULTADOS: No pré-op., os pacientes em ritmo sinusal apresentaram ectopias supraventriculares, com episódios de taquicardia supraventricular em 57% dos casos, "flutter" atrial em 10% e ritmo juncional em 10%. Todos apresentaram ectopias ventriculares, de baixa incidência em 70% dos casos, e taquicardia ventricular não sustentada foi detectada em 30% dos pacientes. No pós-operatório, houve 40% de novas arritmias supraventriculares (fibrilação atrial, ritmo juncional, ritmo atrial baixo e taquicardia supraventricular paroxística), mas não ocorreram arritmias ventriculares. No pós-op. a função do nó sinusal não se alterou, ocorreu redução significativa das ectopias supraventriculares, com reversão de FA para ritmo sinusal em 1 paciente, mas não houve redução significativa das ectopias ventriculares. O tempo de condução inter-atrial correlacionou-se com o tamanho do átrio esquerdo. CONCLUSÃO: A metodologia mostrou-se adequada e segura, e poderá ser empregada na comparação de diferentes incisões atriais para exposição valvar mitral.
Texto completo