TRANSPLANTE RENAL EM BLOCO DE DOADORES-CADÁVERES INFANTIS: EXPERIÊNCIA DO HCFMRP-USP
Rodrigues, A.A.JrSouza, R.V.S.Suaid, H.J.Cologna, A.J.Tucci, JrS., Martins
A grande procura de órgãos para transplante tornou necessária a aceitação de potenciais doadores pediátricos a fim de aumentar a oferta. Trabalhos anteriores relatando menor sobrevida do enxerto e taxas maiores de complicação fizeram com que cirurgiões considerassem o assunto com cautela. Esse é um estudo retrospectivo com o objetivo de analisar os resultados de transplantes renais em bloco de doadores infantis ( 2 anos) no HCFMRP-USP entre 1998 e 2000. Um total de cinco pacientes foi submetido a transplante renal em bloco de doadores com idades entre 9 meses e 2 anos de vida, pesando entre 8 e 14 kg. Apenas um paciente perdeu o enxerto no oitavo dia após transplante devido à trombose. Dois pacientes tiveram complicações ureterais, um com necrose do ureter e fístula urinária e outro com ruptura completa da anastomose ureterovesical. Ambos foram reparados com sucesso. Complicação intra-operatória foi observada em um paciente, com ruptura da anastomose arterial. Corrigiu-se com reperfusão in loco e reanastomose. Outro paciente apresentou ruptura do pólo renal inferior, tratada com nefrectomia polar no quarto dia pós-operatório. Seguimento médio de 20,7 meses mostrou, apesar de tais problemas, creatinina sérica variando entre 0,9 e 2 mg/100 ml, sem complicações sérias. Nossos achados sustentam o uso de rins infantis, em bloco, mesmo de doadores com menos de 2 anos de idade, desde que a necessidade do órgão seja maior que o risco oferecido pelo alto índice de complicações.
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