Papel da esofagogastroplastia (Thal-Hatafuku) e da gastrectomia parcial com anastomose gastrojejunal em Y (Holt -Large) na prevenção do refluxo gastroesofágico. estudo experimental em cães
Mendes Castilho Netto, JoaquimHenrique Bromberg, SansomZanoto, ArnaldoSchmidt Goffi, Fábio
O intento do presente estudo foi avaliar em cães os efeitos de dois tipos de procedimentos na prevenção do refluxo gastroesofágico. Foram utilizados 30 animais, divididos em grupos de 10. No Grupo I (controle) foi realizada a esofagogastrostomia à Gröndhal; no Grupo II praticou-se a esofagogastroplastia à Thal-Hatafuku; no III, a esofagogastrostomia foi associada à gastrectomia dois terços e anastomose gastrojejunal em Y. Foram analisados os seguintes parâmetros: peso, endoscopia, exame radiológico e estudo morfológico do esôfago. Para estimular a secreção ácida do estômago foi aplicada diariamente injeção de histamina em cera de abelha. Os resultados foram obtidos em três fases: pré-operatório, entre o 30°.e o 40o.pós-operatório e após aplicação de histamina. No Grupo I, houve queda de peso significante entre as duas primeiras fases, que se acentuou na terceira; no Grupo II, a alteração de peso não foi significativa nas três fases; no III, a queda de peso significante foi verificada entre a 1a e a 2a fase, não havendo registro na fase seguinte devido a morte precoce dos animais com a aplicação da droga. À endoscopia, verificou-se intensidade da esofagite significativamente maior nos animais do Grupo I do que nos do II, após estímulo histamínico. Nos cães do Grupo III, não foi possível obter-se este dado pelo mesmo motivo relatado na análise do parâmetro anterior. O estudo radiológico demonstrou que nos cães do Grupo I o refluxo foi franco em 70% dos cães e, moderado em 30%. No Grupo II ,o refluxo foi ausente na maioria dos cães mas, moderado em 30%. No III, o conteúdo gástrico de bário refluiu em todos os animais e de modo significante na maioria deles (70%). Os dados macro e microscópicos não mostraram diferença significativa entre os três grupos, contudo o Grupo II foi o menos acometido. Os resultados do experimento evidenciaram que a esofagogastrostomia, como se esperava, produz intenso refluxo gastroesofágico; a esofagocardioplastia mostrou ter importante eficácia anti-refluxo e menor morbidade; a cirurgia realizada no grupo III teve morbidade elevada e mortalidade precoce com o estímulo histamínico. Acredita-se que a esofagogastroplastia tenha lugar reservado entre os procedimentos destinados ao tratamento de casos selecionados de acalásia e de estenose péptica do esôfago.
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