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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

ESTABELECIMENTO DE UM MODELO DE TUMOR EXPERIMENTAL PELA INOCULAÇÃO DO TUMOR DE WALKER EM ESTÔMAGO DE RATO

Ferdinando de Melo Oliveira, PauloAderaldo Henriques, IuriRodrigues Filho, FiladelfoRoberto Carvalho de Almeida, PauloOdorico Moraes, Manoel

A incidência de câncer gástrico espontâneo em ratos é extremamente rara. Por outro lado, embora o câncer experimental de estômago possa ser induzido por carcinógenos químicos, através da ressecção da região fúndica do estômago, pela vagotomia ou pelo refluxo, esses métodos apresentam um percentual de desenvolvimento tumoral baixo e errático. Além disso, geralmente decorre um longo período de tempo até o pleno crescimento do tumor. O presente trabalho procurou estabelecer um modelo de tumor experimental de crescimento rápido, uniforme e com elevado índice de pega, que permitisse a avaliação de novas terapêuticas para o tratamento do câncer gástrico. Para tanto, utilizou-se uma suspensão de células do carcinossarcoma 256 de Walker que foi inoculada no estômago através de uma cânula orogástrica. A implantação ocorreu na mucosa previamente lesionada por clampeadura da parede, nas regiões da junção esôfago-gástrica, pequena curvatura e grande curvatura. O crescimento tumoral ocorreu em todos os animais e, embora na junção esôfago-gástrica a incidência de pega tenha sido de apenas 20%, possivelmente em função do epitélio queratinizado, na pequena curvatura a incidência foi de 80% e na grande curvatura todos os animais apresentaram tumor. Esses dados demonstraram que é possível implantar o tumor em 100% dos animais inoculados, o que comprova a exequibilidade da técnica. A vantagem dessa metodologia sobre as outras já descritas na literatura, também usando o carcinossarcoma 256 de Walker, é que o tumor cresce a partir da mucosa, reproduzindo as condições de desenvolvimento do tumor gástrico espontâneo. A média de sobrevida dos animais inoculados é de 13,2±1,98 dias. Além disso, como o tumor se desenvolve em todos os animais inoculados, pode-se dispensar métodos radiológicos e ultra-sonográficos para evidenciar a sua presença. Trata-se, portanto, de um método simples e eficaz e que possibilita a implantação do tumor em um grande número de animais, facilitando, inclusive, o estudo do tumor em diversas fases do seu desenvolvimento, testes de novos fármacos e esquemas terapêuticos.

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