Correlação entre a tração de afastadores e o risco de isquemia e infecção de feridas cirúrgicas: estudo experimental em ratos
Hintz Greca, FernandoAlves Souza Filho, ZacariasFernando Ribeiro Araújo, CelsoCalos Dominges Repka, JoãoPradi Adam, EduardoLeite, Alessandra
Verificou-se o grau de isquemia produzido pela tração dos afastadores, bem como determinou-se o índice de infecção nas feridas limpas e contaminadas quando submetidas a trações conhecidas e progressivas. Foram utilizados 104 ratos machos da cepa Wistar com peso entre 180 e 190 gr, sendo que 40 animais foram utilizados para a determinação da isquemia provocada por afastadores e 64 para estudo da correlação do emprego de afastadores com infecção. Para a análise da isquemia produzida por afastadores sobre a ferida cirúrgica, os 40 ratos foram divididos em 4 grupos: T0, T1, T2, T3. Para o estudo do risco de infecção produzido por afastadores sobre a ferida cirúrgica, 64 ratos foram divididos em oito grupos: C0, C1, C2, C3, L0, L1, L2 e L3. Todos animais foram submetidos a laparotomia paramediana, conservando-se íntegro o peritônio. A ferida foi então submetida a tração por afastadores. A tração empregada foi de 0Kgf nos grupos T0, L0, C0; 0,062Kgf nos grupos T1, L1 e C1; 0,125Kgf nos grupos T2, L2 e C2 e 0,25Kgf nos grupos T3, L3 e C3. Nos grupos T0, Tl, T2 e T3 injetou-se o corante azul de Evans e após 1 hora foram retirados fragmentos da ferida, com posterior extração do corante e análise espectrofotocolorimétrica, que serviu para avaliar indiretamente o grau de isquemia da ferida. Nos grupos CO, Cl, C2 eC3 foi inoculado na ferida uma solução contendo 10(5) Stafilococcus aureus l ml. As feridas nos grupos C0, C1, C2, C3, L0, L1, L2 e L3 foram suturadas e os animais sacrificados após sete dias para análise bacteriológica das amostras. Verificou-se que nos grupos T1, T2, T3 o grau de isquemia aumentou a medida que se usava maior tração, fato este comprovado pela diminuição progressiva da concentração tissular do corante azul de Evans (p 0,05). Nos animais do grupo L0, L1, L2 não houve crescimento de colônias. No grupo L3 houve crescimento em 50% das amostras (p 0,05). No grupo C1, C2, C3 houve positividade em 100% das amostras em 24hs de incubação, nos grupos CO 37,5% no mesmo período (p 0,05). Concluiu-se que o uso de tração produz importante redução no aporte sanguíneo. Em feridas limpas, os afastadores aumentam o índice de infecção quando feita trações excessivas, enquanto que em feridas contaminadas, uma pequena força de tração foi capaz de aumentar significativamente os índices de infecção.
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