Quanto conhecemos sobre a flora amazônica do Maranhão?
ANJOS, Cassiane Barroso dosMARINHO, Lucas CardosoGIL, André dos Santos BragançaAGUIAR-DIAS, Ana Cristina Andrade dePASTORE, José Floriano Barêa
RESUMO As áreas prioritárias para conservação são definidas, em grande parte, pelas informações sobre a sua biodiversidade. Entretanto, as informações disponíveis sobre a riqueza de espécies tornam-se enviesadas pela escassez amostral, especialmente em áreas de difícil acesso como as que ocupam a região amazônica do Brasil. Aqui nós quantificamos os esforços no processo de inventariar a flora da Amazônia maranhense, demonstrando a evolução dos registros nos bancos de dados, e apresentando os dados sobre as coletas. Assim, exploramos a hipótese de que, apesar de estar localizada em uma área marginal da Amazônia, a região amazônica do Maranhão se destaca pela sua singularidade e riqueza, mas é subamostrada em termos de pesquisas e estudos científicos. Recuperamos 20.181 registros de coleta de 89 dos 108 municípios que compõem a Amazônia maranhense. Os primeiros registros foram feitos em meados do século XIX, mas se intensificaram apenas na década de 60 do século XX. A grande maioria dos registros de coleta (~48%) provém da Ilha de São Luís e do município de Buriticupu, sendo a primeira uma exceção em termos de densidade amostral quando comparada às demais regiões/municípios possivelmente pelo maior número de projetos e coleções bem estruturadas. Angiospermas, especialmente as leguminosas, representam a maior amostragem, tendo coletas distribuídas por toda Amazônia maranhense. É urgente preencher as lacunas aqui identificadas para o futuro estabelecimento de unidades de conservação e o reconhecimento da biodiversidade brasileira.
Texto completo