Dinâmica de uso da terra no âmbito do Programa Bolsa Floresta: estudo de caso na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (Amazonas, Brasil)
Silva, RomeroLaques, Anne-ElisabethCabral, Ana I. RSilva, Suzy-CristinaPereira, HenriqueSaito, Carlos
A efetividade de um programa de pagamento por serviços ambientais (PSA) na Amazônia brasileira foi analisada através de um mapeamento detalhado de áreas desmatadas. O Programa Bolsa Floresta (PBF), no estado do Amazonas (Brasil), foi escolhido como um exemplo de PSA que visa compensar agricultores por aderirem ao desmatamento zero da floresta primária ao abrir roças somente em áreas de capoeira. Porém, a medição oficial das roças não é efetiva, visto que apenas áreas desmatadas maiores que 6,25 ha estão sendo mapeadas, enquanto a maioria das áreas abertas para cultivo de mandioca possuem áreas de aproximadamente 1 ha. A eficácia do PBF foi avaliada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã. Testamos uma metodologia de mapeamento de áreas a partir de 0,45 ha abertas para roças de mandioca. Foram analisados os anos de 2006 (antes da implantação do PBF), 2011, 2015 e 2019. Os resultados indicam que 88% das áreas abertas para roças tinham entre 0,45 e 6,25 ha. Após a implantação do PBF, a área total desmatada acumulada diminuiu e houve redução das áreas desmatadas em floresta primária. Também observamos uma intensificação da roça, o que pode ocasionar queda na produtividade. O monitoramento do zoneamento do uso da terra mostrou que a maioria das áreas abertas estão localizadas na zona de uso intensivo, seguindo as regras do plano de manejo da RDS. Os resultados mostraram os esforços das famílias para cumprir as regras do BFP.(AU)
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