VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 20-29

Crescimento e sobrevivência da castanheira do Brasil em três habitats antropogênicos após dez anos de plantação

Scoles, RicardoGribel, Rogério

No presente estudo analisamos o crescimento e a sobrevivência da castanheira, Bertholletia excelsa (Lecythidaceae) em diferentes condições ambientais e níveis de abertura de dossel em plantações experimentais localizadas na bacia do Rio Trombetas, na Amazônia oriental brasileira. Plantamos 144 mudas em habitats antrópicos com diferentes intensidades de luz: roçados recentemente abandonados (100% de abertura de dossel), capoeira de 2-3 anos (20-80% de abertura de dossel) e castanhal maduro ( 10% de abertura de dossel). Anualmente, durante dez anos, medimos a altura e diâmetro das plantas, e registramos mortalidade e rebrotação. A performance de B. excelsa variou significativamente entre os habitats, tendo a taxa de crescimento mais alta sido observada no roçado. A sobrevivência foi mais alta no roçado (85%) e na capoeira (63%) e mais baixa no castanhal (17%). A capacidade de rebrotação das plantas de castanheira foi maior no roçado, onde as plantas de castanheira se recuperaram após episódios de fogo, a maioria com rebrotação de mais de um caule. Algumas plantas do roçado começaram a produzir flores e frutos aos 9-10 anos do plantio. Nós mostramos que plantas jovens de B. excelsa são heliófilas (com alta demanda de luz), com maior crescimento e sobrevivência em condições de alta luminosidade. Sugerimos a utilização da castanheira em programas de reflorestamento, restauração de áreas degradadas e enriquecimento de floresta secundária, sempre que se adotem medidas adequadas de manejo (e.g., manutenção das condições de exposição direta à luz solar e controle de espécies pioneiras competidoras).(AU)

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