Distribuição temporal de borboletas frugívoras (Lepidoptera, Nymphalidae) no extremo leste da região amazônica
Araujo, Elias da CostaMartins, Lucas PereiraDuarte, MarceloAzevedo, Gisele Garcia
A pluviosidade é considerada um dos fatores mais determinantes na sazonalidade de insetos na região amazônica. No entanto, poucos estudos analisaram a dinâmica temporal de borboletas frugívoras na Amazônia brasileira, especialmente em sua porção oriental. Aqui, avaliamos os padrões de diversidade e a distribuição temporal de borboletas frugívoras em um remanescente de floresta amazônica oriental na Baixada Maranhense, nordeste do Brasil. Especificamente, testamos se borboletas frugívoras são temporalmente estruturadas e se a pluviosidade influencia a riqueza e abundância das espécies. As borboletas foram coletadas com armadilhas iscadas nas estações chuvosa e seca por dois anos consecutivos. No total, capturamos 493 borboletas pertencentes a 28 espécies, 15 gêneros e oito tribos. Três espécies representaram cerca da metade da abundância total, e Satyrinae foi a subfamília mais representativa. A assembleia de borboletas frugívoras apresentou uma forte estrutura temporal durante o segundo ano de amostragem, mas não durante o primeiro ano. A composição e riqueza de espécies não diferiram entre as estações chuvosa e seca, e tanto a abundância quanto a riqueza não foram influenciadas pela chuva. Nossos resultados indicam que a sazonalidade não é um filtro ambiental forte na região estudada, e que outros fatores bióticos e abióticos provavelmente determinam a estrutura da comunidade. A predominância de palmeiras na Baixada Maranhense, que são utilizadas como plantas hospedeiras por larvas de várias espécies de lepidópteros (especialmente satiríneos) e estão disponíveis durante todo o ano, pode ter contribuído para os padrões observados de diversidade temporal.(AU)
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