VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 283-292

Efeitos sazonais e atividade antifúngica dos constituintes químicos das cascas de Sterculia apetala (Malvaceae) no Pantanal de Miranda, Mato Grosso do Sul, Brasil

Fontoura, Fernanda MussiMatias, RosemaryLudwig, JulianeOliveira, Ademir Kleber Morbeck deBono, José Antonio MaiorMartins, Pedro de Figueiredo Rocha BarbosaCorsino, JoaquimGuedes, Neiva Maria Robaldo

No Pantanal Sul, as araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus), espécie em extinção, escolhem preferencialmente o manduvi (Sterculia apetala) como local de nidificação devido principalmente às características físicas da árvore. Porém, a composição química da madeira também pode interferir nesta seleção. Os objetivos deste trabalho foram determinar as principais classes de substâncias químicas presentes nas cascas de S. apetala em duas épocas do ano e seu potencial antifúngico. As cascas de árvores, com e sem a presença de ninhos de A. hyacinthinus, foram coletadas em janeiro (período de chuvas) e agosto (período de seca) de 2012. Por meio das análises fitoquímicas e quantificação de flavonóides, foram selecionadas amostras de uma árvore com ninho e outra sem ninho para determinar seu potencial antifúngico frente à Trichoderma sp. através da porcentagem de inibição do crescimento micelial (PIC). A investigação fitoquímica do extrato etanólico das cascas revelou a predominância de compostos fenólicos e flavonóides. O teor médio de fenóis totais foi superior para as amostras com ninho, em relação às sem ninho, nos dois períodos de coleta e, para flavonóides, os valores foram superiores em janeiro para a amostra com ninho e em agosto, para sem ninho. As amostras selecionadas apresentaram potencial antifúngico, sendo que com ninho, coletada em agosto (auge do período de reprodução das araras-azuis), resultou em um PIC de 51,3%, valor relacionado aos flavonóides e as cumarinas, fator que pode influenciar o sucesso reprodutivo da arara azul e outras espécies de aves nesta região. Este trabalho foi o primeiro a identificar os componentes químicos da casca do tronco de S. apetala.(AU)

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