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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Química da água e macrófitas aquáticas de rios e igarapés na Bacia Amazônica e nas áreas adjacentes ()Parte I: Trecho Cuiabá - Porto Velho - Manaus

Johannes Junk, WolfgangFurch, Karin

Resumo Ao longo do trecho entre Cuiabá-Porto Velho-Manaus (cerca de 2300 km) foram tomadas 46 amostras de água de igarapés e rios, e analisadas quanto aos seguintes parâmetros químicos: pH, condutividade elétrica, Ca, Mg, Sr, Ba, Na, K. Mn, Fe, Al, Cu, Zn, org. C tot., P tot., Kjeldahl N. Paralelamente, foi anotada a ocorrência de macrófitas aquáticas. A análise dos resultados, em combinação com as informações existentes sobre a geologia da região mostra a relação intensiva entre as águas e a geologia de suas áreas de captação respectivas. Enquanto os rios e igarapés que drenam para o rio Paraguai, são ricos em eletrólitos e alcalinos, todos os igarapés que drenam para o rio Amazonas têm que ser considerados como pobre em eletrólitos e na maioria como ácidos. Todavia, também nas águas pobres em eletrólitos, podem ser observadas diferenças nítidas em dependência da área de captação. Como extremamente pobre do ponto de vista químico, podem ser consideradas as águas da Formação Parecis no Mato Grosso com uma condutividade elétrica de cerca de 3-6 S.cm-1. Quimicamente mais ricas, no entanto muito heterogêneo, são as águas do embasamento indiviso, enquanto as águas dos sedimentos terciários da Série de Barreiras são muito pobres em eletrólitos (10-20 S.cm-1). Não entram nessa classificação as águas dos rios Solimões e Madeira, relativamente ricas em eletrólitos, as quais são caracterizadas do ponto de vista químico pela região andina e pré-andina. As diferenças entre as águas, descritas pela condutividade elétrica, refletem-se em grande parte nas concentrações das substâncias analisadas. Exceções são Cu, Zn, Al e C org. A ocorrência de macrófitas aquáticas todavia pode ser ligada somente em limites com as concentrações de eletrólitos na água. Nos igarapés química e extremamente pobres da Formação Parecis. existe uma flora submersa luxuosa, que não ocorre nos igarapés quimicamente parecidos da Série de Barreiras. Neste contexto, está sendo discutida a importância da luz como fator limitante.

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