Patologia de peixes da Amazônia Brasileira. 2. Um tumor maligno das brânquias relacionado com as metacercárias de um trematódeo
E. Thatcher, VernonB. Varella, Angela
Resumo É citado um tumor maligno, medindo 27 x 18 x 12 mm, procedente do primeiro arco branquial de um peixe amazônico (Cichlidae, Chaetobranchus semifasciatus Steindachner). O tumor tinha um epitélio irregular no exterior e o interior era denso, contendo muitos núcleos, fibras, células pigmentadas e áreas de cartilagem. O tumor foi classificado como um epitélio-condroma. Um pequeno (3 mm) tumor satélite, com as mesmas características, foi encontrado na mesma brânquia. Havia, também, 19 crescimentos metastáticos nos filamentos branquiais de ambos lados. Estes consistiam em: 4 com ramificações múltiplas dos filamentos, 4 tumefações terminais e 11 tumefações subterminais. Células cancerosas e metacercárias de um trematódeo (Heterophyidae, Ascocotyle sp.) foram encontradas juntas em 18 destes sítios, indicando uma relação entre ambas. Foi observado que as células do carcinoma invadiam as paredes dos cistos e, provavelmente, poderiam destruir as metacercárias também. Isto seria uma explicação para a ausência de metacercárias nos tumores maiores. É sugerido que a invasão dos parasitos, na presença de alguma anomalia genética no peixe, pode ser a causa do carcinoma.
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